Leiria

Região de Leiria

Leiria

Leiria, elevada a cidade e a diocese a 22 de Maio de 1545, encontra-se situada entre Lisboa e Coimbra.

O seu fascinante Castelo, conquistado aos mouros por D. Afonso Henriques em 1135, tornou-se num marco e num ponto de passagem obrigatória para quem visita a cidade do Lis, já que este sempre foi uma das suas atracções turísticas, assim como um natural orgulho para os leirienses. No interior do seu perímetro amuralhado situa-se a Torre de Menagem e as ruínas da Igreja de Nossa Senhora da Pena mandada construir por D. João I em puro estilo gótico, nos finais do século XIV. 
Os vestígios mostram ainda as diversas fases de ocupação desde a função militar á de paço residencial. A sua Parcial reconstrução deve-se ao arquitecto Ernesto Korrodi, que garantiu ao Castelo um aspeto alpalaçado.

O Paço da Alcáçova, que fora residência real no tempo de D. Afonso III e onde este reunia as cortes de 1254, possui várias salas de concepção gótica e uma fabulosa galeria panorâmica com oito arcos apoiados em capitéis duplos.

No entanto, Leiria foi Também a pátria de vários poetas. Entre eles destacam-se D. Dinis, Francisco Rodrigo Lobo e Afonso Lopes Vieira. Quem não conhece as lendas, as juras de amor eterno, os devaneios amorosos do “Lavrador”, tal como as suas cantigas de amigo e as flores de verde pino.

Em 1546, no início do Bispado de Frei Brás de Barros, havia a preocupação da construção da nova catedral e a instalação dos Paços Episcopais. Estes foram iniciados em 1640 e concluídos em 1815, tendo sido incendiados durante as invasões francesas, mas restaurados em 1818. Este grande edifício é hoje as instalações da Policia de Segurança Pública.

A Sé de Leiria, localizada em amplo recinto na parte leste da cidade, foi a primeira grande obra do Renascimento na mesma. A sua fachada é de estilo barroco e foi reconstruída após o terramoto de 1755. A Sé possui três naves de abóbadas artesoadas, uma capela-mor em talha dourada e duas capelas laterais. Em 1798, foi construído um cemitério a nascente do Claustro, que serviu a população até 1871.

A Praça Rodrigues Lobo, ou antigamente designada por “Praça de Leiria”, foi o verdadeiro centro urbano de da cidade, de tal maneira que nela se veio a alar o pelourinho, símbolo da autonomia e da justiça municipais.À medida que o tempo ia passando começou-se a realizar a feira anual, instituída por D. Dinis em 30 de Abril de 1295. Esta Praça é a única na cidade que mantém viva a tradição e a herança de um grande passado urbanístico. O conjunto de arcadas seiscentistas e o espaço do seu recinto relembram as imagens da Baixa de Lisboa pombalina e o seu urbanismo de Luzes. Nota-se que na obra “O Crime do Padre Amaro” de Eça de Queiroz, de 1874, denuncia-se sem qualquer dúvida uma sociedade já vincadamente marcada pelos valores culturais das personagens, dos tipos sociais e das vivências mundanas de uma cidade como Leiria.Aqui também se pode ver a estátua evocativa do poeta bucólico Francisco Rodrigo Lobo.

A igreja de S. Francisco (fundada em 1232) dispõe de um fantástico conjunto de pinturas murais góticas de 1480, dispostas ao longo da nave da igreja.Foi nesta igreja onde mais tarde se instalou a cadeia municipal. No entanto em 1861, a igreja foi de novo entregue aos Franciscanos.

O Convento de Santo Agostinho iniciado em 1579, cujas paredes estão a ser aproveitadas de modo a integrar uma nova construção em curso, tem próximo de si o antigo Seminário (actualmente dependência do Ministério do Exercito). A mais importante colecção de arte sacra da cidade está abrigada no Seminário Maior e no Seminário de Preparatórios.

Situado numa colina defronte ao Castelo (a primeira Ermida de S. Gabriel), está o Santuário de Nossa Senhora da Encarnação de onde se pode desfrutar de uma extraordinária vista panorâmica da cidade. Possui uma monumental escadaria barroca e apresenta-se com paneis de azulejos policromados e pinturas vocativas à Virgem.
O acelerado crescimento industrial permitiu que houvessem mudanças no modo de vida e no ordenamento do espaço urbano. Entre 1970 e 1981, Leiria registava já um elevado aumento populacional (40%) passando a ter de 7540 a 15332 habitantes.

Invadidas pelas indústrias, as áreas residenciais suburbanas sofreram uma transformação de paisagem da urbe, já que neste momento Leiria se apresenta como um dos principais centros industriais do Pais. A actividade industrial juntou-se à agricultura, o que modificou a paisagem rural devido às novas tecnologias de exploração dos solos.
Na própria cidade, o centro minimamente ordenado e predominantemente ocupado por actividades comerciais e serviços, e os imóveis de vários andares, provocam o destoar da arquitectura, assim como a falta de harmonia entre os edifícios. E a poluição e o trânsito aumentam a deficiente ordenação do espaço urbano.
No entanto, apesar de todos estes inconvenientes, os hábitos e as mentalidades permanecem – Leiria continua a ser uma cidade de amores, lendas, poetas, e a “saudade” é constante nos temas da cidade. A não esquecer também a visita ao Museu escolar dos Marrazes e ao Santuário do Senhor dos Milagres, e a passagem por Monte Real e pela Praia do Pedrógão.
Santuário Do Senhor Dos Milagres / Sanctuary Of the Lord Of Miracles
Um milagre ocorrido em 1728 com a construção deste santuário de estilo barroco. Iniciado em 1732, o seu interior é enriquecido por painéis de azulejos setecentistas. É famosa a procissão de andores que se realiza em setembro, durante a qual se celebra o Senhor Jesus dos Milagres.