Murça

Alto Douro Vinhateiro

Murça

Murça é uma vila portuguesa pertencente ao distrito de Vila Real, à Região Norte, à sub-região do Douro e à antiga província de Trás-os-Montes e Alto Douro, com 2 136 habitantes (2011).

É sede de um município com 189,37 km² de área e 5 952 habitantes (2011), subdividido em 7 freguesias.

O município é limitado a norte por Valpaços, a leste por Mirandela, a sueste por Carrazeda de Ansiães, a sudoeste por Alijó e a noroeste por Vila Pouca de Aguiar. Pela sua interessante diversidade climática, costuma dividir-se em três zonas: Terra Fria, Terra Quente e núcleo da montanha. As freguesias de Murça e Candedo e a ex-freguesia de Noura pertencem à Região Demarcada do Douro. O seu topónimo, segundo alguns autores, derivará do guerreiro e governador muçulmano do Alandalus, Muça ibne Noçáir, que viveu no século VIII, invasor desta zona, bem como de outras do ocidente.

A Porca de Murça, monumento celebre da Vila é o seu ex-libris; escultura celta que representa uma das divindades deste povo, o javali/urso/porca. Estas esculturas existem aos milhares, mas é em Murça que se encontra a réplica mais bem conservada, não só em toda a região como em todo o Noroeste da Península Ibérica.


A Lenda da "Porca de Murça"

A lenda da "Porca de Murça", tal como todas as outras, é fruto do imaginário popular. Esse conhecimento é geralmente perpetuado pela memória colectiva de gerações. O sentido da existência desta lenda prende-se com a explicação do significado, na Praça 31 de Janeiro ou 25 de Abril, em Murça, de uma porca.

"Segundo a lenda, era no século VIII esta povoação e seu termo assolados por grande quantidade de ursos e javalis. Os senhores da Vila, secundados pelo povo, fizeram tantas montarias, que extinguiram tão daninha fera ou a escorraçaram para muito longe. Entre esta multidão de quadrúpedes, havia uma porca (ursa) que se tinha tornado o terror dos povos, pela sua monstruosa corpulência, pela sua ferocidade, e por ser tão matreira, que nunca poderia ter sido morta por caçadores. Em 775, o Senhor de Murça, cavaleiro de grandes forças e de não menor coragem, decidiu matar a porca, e tais manhas empregou que conseguiu, libertando a terra de tão incómodo hóspede. Em memória desta façanha, se construiu tal monumento alcunhado a "Porca de Murça", e os habitantes da terra se comprometeram, por si e seus sucessores, a darem ao senhor, em reconhecimento de tal benefício, para ele e seus herdeiros, até ao fim do mundo, três arreteis de cera anualmente, por cada fogo, sendo pago este foro mesmo junto à porca."