Belmonte
Serra da EstrelaBelmonte
Belmonte é uma vila portuguesa no Distrito de Castelo Branco, região Centro e sub-região da Cova da Beira, com cerca de 3 500 habitantes, berço de Pedro Álvares Cabral.
É sede de município com 118,76 km² de área e 6 859 habitantes (2011), subdividido em 4 freguesias. O município é limitado a norte pelo município da Guarda, a leste pelo Sabugal, a sudoeste pelo Fundão e a oeste pela Covilhã.
As freguesias do concelho de Belmonte são as seguintes:
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Belmonte e Colmeal da Torre
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Caria
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Inguias
- Maçainhas
História
A história da vila remonta ao século XII, quando o concelho municipal recebeu foral de D. Sancho I em 1199.
Belmonte e a vizinha Covilhã, apesar de situados no interior de Portugal estão conotados como poucas regiões portuguesas com os Descobrimentos marítimos Portugueses. Entre as curiosidades que permeiam a história da vila está o facto de que o descobridor do Brasil no século XV, o navegador Pedro Álvares Cabral, ter nascido em Belmonte.
Vila tão antiga como Portugal. Desde 1500 e tão famosa no Brasil como em Portugal.
A vila de Belmonte teve foral em 1199 e está situada no panorâmico Monte da Esperança (antigos Montes Crestados), em cujo morro mais rochoso foi construído nos finais do séc. XII o seu castelo que juntamente com os castelos de Sortelha e Vila de Touro, formaram até à assinatura do Tratado de Alcanices (1297), a linha defensiva do Alto Côa, apoiada na retaguarda pela muralha natural da Serra da Estrela e pelo Vale do Zêzere.
Por ser tempo de guerras contra leoneses e castelhanos, o castelo de Belmonte foi sendo melhorado nos reinados de D. Afonso III, D. Dinis e D. João I.
A bravura e a lealdade da família dos Cabrais, foi sempre lendária e temida, sobretudo a do seu primeiro Alcaide-mor – Fernão Cabral, que uma vez nomeado a título definitivo e hereditário, em 1466 por D. Afonso V, transformará o castelo numa Residência Senhorial Fortificada, onde seu filho Pedro Álvares Cabral viverá os seus primeiros anos de vida.
No séc. XIII atesta-se a existência de uma já próspera comunidade Judaica, responsável pela existência de uma sinagoga de que resta uma inscrição datada de 1296, que provavelmente viveria numa judiaria localizada no actual bairro de Marrocos. Em consequência da expulsão dos judeus de Espanha em 1492, pelos Reis Católicos é provável que esta comunidade tenha aumentado, até que em 1496, D. Manuel I decreta a conversão forçada ao catolicismo, seguindo-se uma série de perseguições e a criação de uma comunidade cripto-judaica que sobreviveu ao longo dos séculos, mantendo os seus rituais e tradições. É ainda o mesmo monarca que em 1510 renova o foral de Belmonte.
Em 1989 foi oficialmente criada a comunidade judaica de Belmonte, cuja sinagoga foi inaugurada em 1997, actualmente é uma das poucas comunidades com Rabi.
Uma viagem à volta do Monte da Esperança
Dos panoramas do Vale do Zêzere aos encantos e mistérios da Torre de Centum Cellas, cruzando pontes, aldeias com belos solares e histórias de minas antigas.
Para fazer o passeio a pé ao longo do centro histórico da Vila de Belmonte que lhe propomos na página anterior e realizar esta viagem à volta do Monte da Esperança, reserve uma estadia de pelo menos dois dias numa das unidades hoteleiras de Belmonte.
Antes de deixar Belmonte pare junto à Câmara Municipal para admirar o magnífico vale do Rio Zêzere, com o seu leito largo e arenoso, rodeado de amieiros, campos verdes e frondosos pomares de macieiras e pessegueiros.
Saindo de Belmonte pela EN 345, desça até ao cruzamento com a EN 18 e vire à direita para Norte, seguindo a estrada ao longo da Ribeira de Gaia, afluente do Zêzere, cuja riqueza em estanho dos seus aluviões de cassiterite foi explorada pelos romanos, ou mesmo antes, e mais recentemente pelos americanos, entre 1910 e 1940. Cerca de mil metros adiante, vire à direita para Colmeal da Torre, onde à entrada da povoação, se situa a Estação Arqueológica Romana de Centum Cellas, antiga villa romana do século I d.C., ligada à exploração agrícola e mineira da região. Além da altiva e fabulosa construção denominada Torre que se conserva, constituída por enormes silhares graníticos, propositadamente feitos para encaixarem uns nos outros, as escavações em curso puseram à vista a planta do resto do edifício e as suas diferentes fases de construção. Se entretanto estiver na hora do almoço não deixe de provar as trutas, o arroz de lebre no pote de ferro, a caldeirada de cabrito ou o cabrito assado, seguido das tradicionais papas de carolo.
Do Colmeal siga para Maçaínhas, uma típica aldeia rural em perfeita harmonia com a paisagem natural em que se implanta. De Maçaínhas tome a direcção das Olas, antiga aldeia medieval que chegou a ter Igreja paroquial no séc. XIV. Depois da Quinta Cimeira acompanhe o fértil Vale da Ribeira das Olas pela estrada municipal, por entre encostas floridas de giestas (na Primavera), lameiros com rebanhos e cerros graníticos, dos quais se destaca à direita a Penha da Águia, em cujo sopé passa a linha do caminho de ferro. Das Olas continue para as Inguias, no cruzamento da estrada de Inguias para Bendada vire à direita logo em frente surge o pequeno morro onde se encontra a pequena ermida de N.ª Sr.ª da Estrela, onde foi encontrado recentemente um altar romano (ara) dedicado a Júpiter, e em cujas imediações já foram identificadas cinco estações arqueológicas romanas. A romaria de N.ª Sr.ª da Estrela realiza-se aqui anualmente em finais de Agosto.
De Inguias dirija-se para Sul, em direcção à EN 18-3, onde deverá voltar à direita para Caria, uma vila nobre e antiga do concelho de Belmonte. No cimo da vila situa-se a Casa da Torre, antiga residência de Verão dos Bispos da Guarda, mandada construir em 1322. Logo ao lado visite a Igreja Matriz da Imaculada Conceição, barroca, dos inícios do séc. XVIII, com um notável altar de talha dourada, finamente elaborada, com tecto de caixotões com trinta e dois retábulos pintados. Veja ainda o núcleo do casario junto ao solar setecentista dos Quevedo Pessanha, mais abaixo encontrará o Solar dos Condes de Caria, este do séc. XIX.
Duração: 1 dia. Distância Total: 25 Kms.
Na terra de Pedro Álvares Cabral
Um passeio a pé ao longo do centro histórico de Belmonte, de mão dada com os monumentos que viram crescer este famoso navegador.
Quinhentos anos após a descoberta do Brasil admire a estátua de Pedro Álvares Cabral situada no Largo António José de Almeida, a 100 metros dos Paços do Concelho. Suba a pé pela Rua 1º de Maio até à belíssima Praça da República, destacando-se o edifício da antiga Câmara, com a torre do relógio e onde se localiza o Posto de Turismo, o pelourinho quatrocentista e, em redor, um notável conjunto de casas onde pode comprar o artesanato local e da Serra da Estrela. Continuando para o Largo Afonso Costa, volte à esquerda e suba a Rua do Castelo. Visite o castelo que é formado pela Torre de Menagem, vestígios da antiga alcaidaría (Paço dos Cabrais) e um moderno anfiteatro ao ar livre, rodeado por imponentes muralhas. Não deixe de subir à janela Manuelina, verdadeira jóia granítica, de onde poderá contemplar a Serra da Estrela em toda a sua extensão. À saída do Castelo, em frente, observe as capelas de Santo António (séc. XVI) e do Calvário (séc. XIX) e, à direita, a cruz de madeira de Pau Santo do Brasil (réplica da que foi mandada levantar por Cabral na 1ª missa celebrada no Brasil), oferecida nos anos 50 pelo presidente brasileiro Kubichek de Oliveira.
Também à direita, a Igreja de S. Tiago, românica, vale a pena ser visitada, aí encontrará na capela mor, diferentes camadas residuais de frescos sobrepostos, que terão sido elaborados nos sécs. XVI, XVII e XVIII. O altar lateral, também conhecido por capela de N.ª Sr.ª da Piedade, constitui uma preciosa peça gótica com capitéis finamente trabalhados, e onde se guarda o túmulo de Maria Gil Cabral, fundadora da capela nos finais do séc. XIV, e ainda uma raríssima Pietá de granito policromado. Não deixe de visitar o Panteão dos Cabrais, onde se encontra um túmulo com alguns restos mortais de Pedro Álvares Cabral, para além de outros da mesma família. Deixando este templo, à direita, repare na torre sineira que compõe todo este conjunto religioso. Depois de percorrer a Rua da Judiaria e visitar a nova Sinagoga, regresse ao terreiro do castelo, onde todos os anos se acende o tradicional madeiro. Desça novamente a Rua do Castelo e siga pela Rua 25 de Abril em direcção à Igreja da Sagrada Família, em cujo altar lateral se encontra a famosa imagem de N. Sr.ª da Esperança e a cruz que segundo a tradição terá acompanhado Álvares Cabral ao Brasil.
Castelo de Belmonte
De traçado ovalado irregular, o Castelo de Belmonte é um dos monimentos mais emblemáticos da Vila, a sua fundação deve-se a D. Afonso III, que em 1258 autoriza o Bispo D.Egas Fafes a construir uma Torre em Belmonte.
Após a definiçção das fronteiras com o Tratado de Alcanizes o castelo de Belmonte numa segunda linha de defesa perde a sua função militar pelo que em 1446 D.Afonso V doa o castelo a Fernãp Cabral I, para aí construir a sua residência.
No Pano de muralha oeste é possível ver janelas panorâmicas e uma janela de estilo Manuelino (atrbuida a João Fernandes Cabral) que atestam a passagem do castelo para local de residência dos Cabrais.
Em finais do século VII, um violento incêncio consumiu a ala oeste do paço, conforme se constatou arqueologicamente. esta circunstância terá sido decisiva para o processo de abandono do local.
Actualmente, no local funciona um posto de Turismo loja e salas de exposição.
Castle of Belmonte
With an irregular oval layout, the castle of Belmonte is one of the most emblematic monuments of the village , its foundation due to D:Afonso III whom in 1258 authorizes the Bishop D.Egas Fafe to build a Tower in Belmonte.
Afther defining the frontiers with the Treaty of Alcanizes the Castle of Belmonte in a second line of Defense loses its military function, reason why in 1446 D.Afonso V donates the castle to Fernão Cabral I to become his residence.
On the west curtain wall one can observe oanoramic windows and a Manueline style window atrituted to João Fernandes Cabral, which attest to the passage of the cstle to,place of the Cabrais.
In the late XVII century a violent fire consumed the west wing of the Palace, as been found archaeologically. The circumstance was crucial to the process of abandonment of the site.
Currently on the site works a Tourist office , shop and exhibition halls.
Igreja de Santiago/Panteão dos Cabrais
A Igreja de Santiago é um monumento de traço românico que sofreu modificações ao longo dos tempos, tendo elementos góticos e meneiristas. A frontaria desta igreja data do século XVIII.
Dentro da Igreja pode observar uma capela mandada edificar em 1240 por intermédio de D.Maria Gil e uma Pièta do século XIV que segundo José Saramago é a peça mais admiravél desta igreja.
Tambem pode observar frescos de duas épocas constituidos por figuras que representam Nossa Senhora São Tiago e S. Pedro que muitos dizem ser uma representação de Pedro Àlvares Cabral.
Em ligação com esta Igreja está o Panteão dos Cabrais ainda em contstrução em 1483, onde é possivel observar tùmulos de diversos elementos da família Cabral, inclusive de Pedro Àlvares Cabral.
Situada num dos caminhos portugueses de peregrinação a Santiago de Compostela s " Via Serra da Estrela"que se encontra sinalizado em Belmonte, que aproveitaria a antiga via romana que ligaria Mérida a Braga, a Igreja de Santiago seria um local, no qual os peregrinos encontrariam conforto espiritual no decurso da sua jornada.
No largo do Castelo pode ainda observar-se as capelas de Santo Anónio e do Calvário.
Church of Santiago/Cabrais Pantheon
The church of Santiago is a monument of Romaic trait that has endured changes over time, with Gothic and Mannerist. The façade of this church dates back to the 18th century.
Inside the Church, we can see a chapel, ordered to build in 1240, by Maria Gil and 14th century "Pietá", wich according to José Saramago, in the most admirable of this church.
In connection with this church, lays the Pantheon of the Cabrais that was still under construction in 1483, where you can see tombs oj various elements of the family, including Pedro àlvares Cabral.
Located in one of the Portuguese pilgrimage path to Compostela, "Via da Estrela" (Route of the Star) wich is signaled in Belmonte, benefiting from the old Roman road that would link Mérida to Braga the Santiago Church/Saint James Church would be a place, in wich the pilgrims would find spiritual comfort during their journey.
In the square of the Castel an still be seen the chapels of Santo António and of the Calvário.